quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

DIRETOR DE CULTURA FALA SOBRE A INVENÇÃO DOS CALENDÁRIOS



O Diretor de Cultura, Prof. Marcos Cesar Danhoni Neves, concedeu entrevista à jornalista Julieta Daibert, de O DIÁRIO, sobre o tempo astronômico e a história dos calendários nas diferentes civilizações.
(abaixo um "acepipe" da reportagem. Matéria completa no site de O DIÁRIO):


"ESTAMOS MESMO EM 2010?

Invenção humana para organizar a vida social, calendário confina o tempo em um espaço que não existe, de acordo com a ciência;

Hoje é o primeiro dia do último ano da primeira década do século 21. É? Pelo calendário gregoriano, que toma o nascimento de Jesus Cristo como referência para a contagem do tempo e é adotado atualmente para marcar o ano civil no mundo inteiro, sim. Para os astrônomos, que acreditam que este é mais um a se juntar aos 4 bilhões e alguns milhões de anos da Terra e dos demais planetas do sistema solar, não.
Também não vale para cerca de 13 milhões de judeus, que celebram o início do ano 5771 somente ao pôr do sol de 8 de setembro. Para o judaísmo, a contagem do tempo começa no dia em que Adão e Eva foram criados por Deus, que ocorreu, segundo a crença, em 3761 antes de Cristo.
O ano 2010 da Era Cristã também não tem sentido para o 1,345 bilhão de chineses que vai iniciar o ano 4647 em 14 de fevereiro. No calendário chinês, 2010 ou 4647 é o Ano do Tigre, que indica um período explosivo, marcado por brigas e desastres de todo tipo.
Os mais de 850 milhões de islâmicos espalhados pelos cinco continentes comemoram, em 2010, a chegada do ano 1431, já que o tempo passou a ser contado entre eles a partir da Hégira. A migração do profeta Maomé de Meca para Medina se deu em 16 de julho de 622 da Era Cristã. Para os 650 milhões de adeptos do budismo, hoje começa o ano 2570. O ano 1 do calendário budista é marcado pela morte e libertação final de Buda, ocorrida quenao ele tinha 80 anos. “O calendário budista serve mais como referência histórica do que prática. A tradição religiosa está ligada aos costumes locais. Se o Brasil segue o calendário gregoriano, então também seguimos”, diz o monge Eduardo Sasaki, do templo Shodoshu Nippakuji.
Distantes no espaço, no tempo e nas culturas, diferentes civilizações utilizam variadas maneiras para organizar a vida social. A maior parte dos calendários usados pelos antigos era baseada na observação regular dos astros do dia e da noite (sol, lua, estrelas), segundo o físico Marcos Cesar Danhoni Neves, professor e Diretor de Cultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Estes eram os mais adequados marcadores da regularidade da natureza terrestre. Na ordem celeste deveria repousar a temporalidade terrena.
“O tempo é astronômico. Todos os povos buscaram definir o que era importante para eles pela astronomia, pois os fenômenos do céu eram as únicas referências regulares de que dispunham. Conhecer o tempo era saber a hora de plantar e de colher”, explica."

Nenhum comentário:

Postar um comentário